O novo cenário para tecnologia e inovação no Brasil foi tema de uma rica discussão durante o último painel do Brasil Investment Forum, no dia 11 de outubro.  Moderado por Clifford M. Sobel, Co-Fundador do Valor Capital Group, o evento contou com a participação de Julio Semeghini, Secretário-Executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Ana Paula Assis, Presidente da IBM América Latina, Gema Sacristan, CEO do BID Invest, Andre Maciel, Managing Partners do Softbank Group International, André Ferraz, Founding Partner da IN LOCO e Bedy Yang, presidente e fundadora da 500 Startups. Na pauta, temas como a infraestrutura e a regulação de TI e Comunicações no Brasil, o cenário para investimentos em inovação e startups e o impacto de tecnologias como Inteligência Artificial e Internet das Coisas.

Bedy Yang, da 500 Startups, lembrou que há dez anos atrás apenas 27% das startups eram internacionais e hoje este percentual chega a 50%. A 500 Startups investe em 2,4 mil empresas em 70 países. “Isso nos permite ter um entendimento da inovação em todo o mundo, pelo olhar do empreendedor”, comentou. Para Bedy Yang, o Brasil vive um momento de inflexão: “há dez anos, o país era muito mais isolado. Não havia o capital que vinha depois do nosso (capital semente). Recentemente começaram a surgir os capitais de crescimento”, comentou. O Brasil tem uma população digital muito grande e em crescimento: são 160 milhões de usuários de internet, contra 80 milhões há cinco anos.

O painel também contou com a participação do Softbank, que começou as suas operações no Brasil neste ano e dispõe de 5 bilhões de dólares de capital para investimentos em startups no país. André Maciel, managing partners do Softbanck falou sobre o momento positivo do país e as oportunidades para o desenvolvimento de inovação e tecnologia. “Um ambiente propício começou a se formar no Brasil. Somos o segundo maior usuário do Uber e do Facebook. Cases brasileiros como a Stone e a Pag Seguro se tornaram sucesso porque têm amplo acesso a talentos”, comentou.

Já o secretário executivo do MCTIC, Júlio Semeghini, destacou o que o governo vem fazendo para facilitar a transformação digital que é necessária no Brasil, o que envolve investimentos em infraestrutura e melhorias na regulação. “Há uma ansiedade por facilitar a transformação digital em todo o governo, não só no MCTIC. Para isso, foi criado um comitê da Transformação Digital, presidido pela Casa Civil, secretariado pelo MCTIC e composto pelos principais ministérios, para que possamos tomar as decisões de governo necessárias, de forma rápida”, destacou.

Semeghini explicou que a primeira frente de ação do governo foi voltada para a infraestrutura de telecomunicações. Para isso, depois de cinco anos no Congresso Nacional, foi recentemente sancionado pelo Senado Federal o Projeto de Lei da Câmara 79, que prevê novo marco regulatório para o setor. “O marco antigo era totalmente focado na telefonia fixa e precisávamos de nova norma para possibilitar dezenas de bilhões de reais de investimentos em banda larga móvel e banda larga fixa por fibra óptica, para cobrir todo o país”, afirmou. O secretário completou que o decreto que regulamentará o novo marco já está praticamente pronto.

Painel apresentado na edição 2019 do Brasil Investment Forum teve debates sobre a associação do País à OCDE, o papel da OMC e a necessidade de consolidar reformas estruturantes

Um dos destaques na programação da quinta-feira (10/10) no Brasil Investment Forum 2019 (BIF), em São Paulo, foi o painel que debateu a inserção do Brasil na economia global. O debate abordou temas diversos como a possível entrada do País na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a relevância da Organização Mundial do Comércio (OMC) na resolução de conflitos e o atual momento do Mercosul e das agendas de possíveis acordos de livre comércio com outros blocos comerciais.

A moderação do painel foi de Fabrizio Opertti, Gerente de Comércio e Integração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que iniciou o painel ressaltando a recuperação econômica do Brasil, com ênfase no fato de o País hoje ser destino de mais da metade dos investimentos estrangeiros diretos na América do Sul. Opertti então passou a palavra para o Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo.

Troyjo traçou um panorama sobre a situação do Brasil na economia global hoje, num contexto em que quatro grandes fatores devem ser levados em conta: os Estados Unidos seguem sendo um dos principais competidores do mercado; existe uma rivalidade comercial entre EUA e China; há uma competição por padrões de novas tecnologias; e o impacto da indústria 4.0 (ou economia 4.0) nos novos negócios. “O que temos no Brasil agora é um dia de sol e não de tempestade. A partir de 2020 vamos ter o Brasil em condições de desempenhar um papel mais central no comércio exterior”, acredita Troyjo.

Um dos pontos centrais da fala de Norberto Moretti, Secretário de Política Externa e Comercial e Econômica do Ministério das Relações Exteriores (MRE), foi a relevância do papel da OMC no novo contexto mundial. Para Norberto, o cenário em que o órgão foi criado mudou completamente, principalmente pelo crescimento do protagonismo chinês no comércio exterior nas últimas décadas. “Hoje a OMC vive um momento muito difícil, e talvez o elemento mais visível e urgente dessa dificuldade é que em poucas semanas o órgão não terá mais como atuar no sistema de solução de controvérsias. Mas acredito que a OMC seguirá sendo fundamental, e o Brasil e a América Latina precisam atuar para criar um centro gravitacional no órgão que o distancie de qualquer polarização”, explicou Norberto.  

O senador norte-americano Rick Scott elogiou o Presidente da República, Jair Bolsonaro, por ter percebido em recentes encontros com o mandatário brasileiro um grande empenho em melhorar a economia brasileira. “Sei que muitas pessoas de negócios aqui estão extremamente otimistas, e há razões para isso. Não vejo motivos, por exemplo, para que o Brasil não se torne muito em breve o maior parceiro comercial da Flórida”, disse o político, que governou o estado norte-americano da Flórida por duas vezes. “Basta o Brasil fazer sua lição de casa: implementar reformas, reduzir o tamanho da estrutura de governo e olhar como se gasta o dinheiro. Isso não é fácil e será preciso muito suporte da sociedade comercial para que todo esse contexto ocorra”, disse Scott.

Lisa Schroeter, Diretora Comercial da Dow Chemical, destacou que o interesse em estabelecer um sistema regulatório saudável vai auxiliar nas metas de longo prazo do governo e fazer com que os investidores tenham um caminho mais fácil para investir no Brasil. “Além disso, essas reformas são elementos críticos para que o País postule o ingresso na OCDE”, disse.

Para Luiz Pretti, CEO da Cargill, a inovação é outro aspecto intimamente ligado à atração de investimentos, mas é necessário estar muito atento para o incremento do setor de infraestrutura no Brasil. “O investimento em inovação é fundamental para o Brasil continuar a ser parte de um celeiro do mundo. O País tem condições de ser um dos grandes competidores em tecnologia no mundo. Mas sem investimentos em infraestrutura e compromissos assumidos de médio e longo prazo, isso é muito difícil, pois os custos de logística são muito altos”, analisa.

Dinip Sundaram, CEO da Mahindra, também parabenizou o Governo Brasileiro pela forma como vem conduzindo as reformas. A companhia indiana emprega mais de 100 mil pessoas em todo o mundo e tem planos ambiciosos para o Brasil. “O que fizemos nos EUA nos últimos 35 anos é o que pretendemos fazer no Brasil em cinco anos”, contou Dinip durante o painel.

Assista à íntegra do Painel 2 – O Brasil na economia global: a agenda de inserção internacional

Painel realizado no Brasil Investment Forum apontou a necessidade de investimentos em educação e novas tecnologias para impulsionar o desempenho das empresas

A importância de investir em educação para qualificar ainda mais os profissionais, o desenvolvimento de tecnologias de ponta e, claro, a necessidade de implementar reformas que melhorem o ambiente produtivo nas empresas. Com esses temas em destaque, o painel “A produtividade no centro da agenda econômica” reuniu representantes do setor público e privado durante o Brasil Investment Forum, que está sendo realizado em São Paulo nos dias 10 e 11 de outubro.

O mediador foi Ludger Schuknecht, Secretário Geral Adjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que provocou os palestrantes a falarem sobre os desafios a serem vencidos para alcançar o aumento da produtividade nas empresas ao longo dos próximos anos.

Caio Megale, Secretário Especial da Produtividade, Emprego e Competitividade Substituto no Ministério da Economia, destacou os pilares em que o órgão almeja fomentar a produtividade: boa infraestrutura, bom funcionamento dos mercados, capital humano e desburocratização do ambiente de negócios. “Temos que desenvolver estratégias que abordem e atraiam o setor privado, diferentes modos de financiamento, de forma a ter a capacidade para fazer todas essas coisas sem o suporte governamental”, explicou.

José Acosta, Presidente da Americas UPS, reforça a necessidade de as empresas passarem por um processo de digitalização. “Ainda se usa muito papel. Precisamos trocar as coisas que fizemos no passado. A transformação digital faz com que você resolva rapidamente problemas que você as vezes levaria uma década”, aposta.

Já o presidente da KPMG Brasil e na América do Sul, Charles Krieck, acredita que os investimentos em infraestrutura, a reforma tributária, novos ajustes na legislação trabalhista e incentivos à educação são imperativos para a obtenção de ganhos de produtividade. “Sobretudo, precisamos investir fortemente no ensino profissionalizante. Temos competência pra treinar as pessoas a desenvolverem determinadas atividades na indústria e no comercio. A curto prazo é uma medida importante. A médio prazo é preciso olhar as universidades”, recomenda.

A aposta em treinamentos, capacitações e no ensino também foram apontados como essenciais por Dirk Ahlborn, CEO da Hyperloop Transportation Technologies. “Gostaria de ver muito mais idiomas falados aqui no Brasil. Mas o capital humano que encontramos aqui no País é fantástico. O que também acho realmente necessário é incentivar a inovação, sentar junto às empresas e ouvi-las”, explica.

Bader Hareb, CEO da Emaar Properties PJS, falou sobre a evolução da produtividade nos Emirados Árabes Unidos, país onde fica a sede da empresa que atua com grandes empreendimentos imobiliários. “A diversificação é a chave para o nosso sucesso devido ao fato de que a cultura dos Emirados está em constante mutação. O governo local criou um ambiente que possibilitou à Emaar prosperar, e para isso é fundamental que os setores público e privado andem de mãos dadas”, contou.

Confira a íntegra do painel aqui:

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o palestrante da primeira sessão-chave do Fórum de Investimentos Brasil 2019, que acontece em São Paulo, nestas quinta (10/11) e sexta (11/11). Guedes iniciou sua fala apresentando os pilares da política econômica e destacou a Reforma da Previdência como “primeiro pilar” necessário para a retomada do crescimento sustentável da economia.

“Crescimento sustentável que é coordenado pelo setor privado, com crédito e fluxo privado, sem subsídios públicos. Não tem voo de galinha na economia brasileira, não tem crescimento artificial”, disse.

Guedes seguiu afirmando que é preciso transformar a economia e “atacar o desequilíbrio fiscal e o gasto público – que passou de 18 para 40% do PIB nos últimos anos. O Brasil gastava muito e gastava mal. Quando olhávamos a composição do gasto a maior parte dele era com a Previdência”.  De acordo com o ministro, 94% das despesas eram obrigatórias e, por isso, é preciso “descarimbar os recursos e fazer com que a classe política retome o controle sobre o orçamento público. Isso é a nova política em que há diálogo e cada região define a forma de aplicação de seus recursos” afirmou Guedes.

Os gastos para pagar juros da dívida foram apontados como outro problema da economia brasileira a ser trabalhado: “essa era a nossa segunda maior despesa e chegamos a pagar R$ 100 bilhões por ano. Por isso, precisamos desmobilizar ativos, reequilibrar as contas públicas e retomar investimentos, que já foram de até 25% do PIB e caíram para quase 1% nos últimos cinco anos”.

O ministro reforçou iniciativas na área de infraestrutura que irão promover o comércio internacional nos próximos anos, como acordos com o Peru, para facilitar o comércio com a China e “um corte pelo Norte, pela Guiana Inglesa, que pode ser uma saída para nossos produtos por Roraima e entrada de recursos energéticos. Além de novos acordos comerciais com o Mercosul e com a União Europeia e diálogos com o Canadá e Coréia do Sul”. Destaque, ainda, para os debates para investimentos privados em saneamento básico.

Reindustrialização da economia com uso de energia barata e simplificação de impostos ocasionarão mais empregos, segundo Guedes. “Para se ter uma ideia, os encargos sobre a mão de obra ocasionaram os quase 40 milhões de pessoas fora do trabalho formal. Por isso é preciso desonerar a folha”.

Por fim, Guedes afirmou que “assim que acabar a Reforma da Previdência, entra o Pacto Federativo e os primeiros passos da Reforma Tributária. A Reforma Tributária é importantíssima, mas não podemos fazer com urgência e correr o risco de sair malfeita. Vamos dar o primeiro passo conciliatório em direção à proposta que já está na Câmara” afirmou o ministro.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi keynote sepeaker no Brasil Investment Forum, que começou nesta quinta-feira (10/10) em São Paulo. Para uma plateia de mais de dois mil empresários e investidores, Araújo falou sobre o novo ambiente político e econômico do país.

“Queremos que os senhores investidores sejam nossos sócios nesse projeto de transformação do Brasil em outro país, que estamos conduzindo”, convidou Araújo. “Estamos trabalhando para melhorar o ambiente de negócios, de participação social na política e o ambiente democrático, de uma forma que não tem precedente no país. Na questão de meio ambiente, estamos trabalhando com uma nova filosofia de preservação ambiental que não se restrinja à proteção, mas caminhe para a geração de emprego e de oportunidades”, completou.

“O Brasil está no início de um novo ciclo de crescimento baseado no investimento privado e na liberdade econômica. No caso da Amazônia, por exemplo, queremos transformar a região em um novo polo econômico de desenvolvimento sustentável baseado em investimento privado”, destacou Araújo.

O primeiro painel do Brasil Investment Forum 2019, realizado no dia 10 de outubro com o tema “A Reforma do Setor de Energia: mais concorrência para estimular a oferta e a inovação” abordou oportunidades de investimento no país para desenvolvimento do setor de energia, a partir de questões como o avanço das tecnologias, a transição da matriz energética e a riqueza de fontes renováveis que há no Brasil, os leilões do setor elétrico e a regulação do setor.

Moderado por André Clark Juliano, CEO da Siemens, o painel contou com a presença de Marisete Pereira, secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia (MME), Gustavo Montezano, presidente do BNDES, Francesco Starace, CEO da ENEL, Jean Michel Lavergne, VP Americas da Total e José Ignácio Sánchez Gálan, CEO da Iberdrola.

O CEO da ENEEL, Franscesco Starace, destacou que há três pontos que a multinacional considera quando direciona seus investimentos e o Brasil atende a todos eles. “A primeira é que o país deve ter pelo menos duas boas fontes de energia renovável. E o Brasil tem não apenas duas, tem todas elas. A segunda é o equilíbrio entre oferta e demanda e a terceira é um sistema regulatório que possamos entender e confiar. O Brasil é exemplo de um regulador que conhece seu país que é extremamente complexo e variado geograficamente”, comentou.

 Ao falar sobre a modernização do setor elétrico, Marisete afirmou que a divisão do pagamento pela segurança do sistema é um dos desafios do MME para a execução do novo modelo do setor elétrico. A secretária explicou que o Ministério segue dialogando com os governos estaduais na busca por harmonização regulatória para o desenvolvimento do mercado de gás.

Já o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, abordou a questão do crédito para o setor e tratou, especificamente, da questão do mercado de gás: “O BNDES vai apoiar (o mercado de gás) seja com crédito, seja com serviço de estruturação, seja com modelagem de projeto”, afirmou.

Segundo ele, o banco de fomento pretende daqui pra frente atuar fazendo não só o crédito que já faz hoje. “Vamos continuar fazendo crédito, não acabou o dinheiro do BNDES. Só queremos fazer com mais capital privado junto com a gente, adicionando essa capacidade de modelagem de projetos e assessoria para o Estado brasileiro”, enfatizou.

Montezano disse que o País vive o melhor momento para investir e empreender. “Não só no setor elétrico, mas em toda a matriz econômica”, frisou. “O BNDES vai manter o papel de protagonista na história do desenvolvimento energético do país”, ressaltou, lembrando que o Banco já é atualmente “o maior financiador de energia limpa do mundo”. Ainda de acordo com o presidente, o BNDES tem “expertise e know-how histórico com capacidade de processar todo o fluxo de financiamento verde que está surgindo no Brasil”.

Em painel com executivos do setor privado, Ministro Tarcísio de Freitas detalhou avanços no campo das concessões de aeroportos. Debate ocorreu no Brasil Investment Forum 2019

O Brasil Investment Forum 2019, em São Paulo, foi palco de um debate sobre a importância dos projetos de infraestrutura caminharem lado a lado com as medidas que propiciam o crescimento econômico. Com a presença do Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, o painel “O novo ciclo de investimentos em infraestrutura no Brasil” teve também a participação de James Scriven (CEO da BID Invest), Donna Hrinak (Presidente da Boeing International Latin America), John Rodgerson (CEO da Azul), Marcelo Fujimoto (CEO do Mandaê) e Leonardo Viana (CEO do Grupo CCR).

Logo na abertura do encontro, que teve a moderação de Sarquis José Buanain (vice-presidente do NDB), o Ministro Tarcísio de Freitas destacou as quatro frentes de trabalho de sua pasta para incrementar os investimentos estrangeiros no Brasil: transferência massiva de ativos por meio de conexões, retomada de obras paradas, resolução de problemas que ficaram pendentes no passado e fortalecimento das agências reguladoras.

O Ministro destacou que em 2019 o Governo Brasileiro já realizou 27 leilões de concessão e disse que 2020 será um ano ainda melhor. “Porém, mais que uma lista de projetos, aprendemos com as conversas que tivemos com os investidores que precisamos mesmo é de  um ambiente de negócios com mais segurança jurídica para os contratos. Precisamos ter bons mecanismos de equilíbrio financeiro e resolução de conflitos e evitar o excesso de judicialização”, afirmou Freitas.

Donna Hrinak elogiou o programa de concessões de aeroportos que vem sendo implementado pelo Governo Brasileiro e previu que até 2038 será necessário produzir 44 mil aviões (de transporte e de carga) em todo o mundo. Desse total, 56% serão novos aviões e o restante substituirá aeronaves que deixarão de ser utilizadas. “O maior crescimento será na América do Sul, e o mercado vai exigir rotas ponto a ponto que não vão passar por cidades como São Paulo. Com isso, haverá a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura de aeroportos regionais”, aposta a executiva.

Na visão do CEO da Azul, o brasileiro ainda viaja muito pouco, em comparação com outros mercados da América Latina, como a Colômbia, o México e o Chile. “Temos que consertar isso. E vamos conseguir mudar esse cenário resolvendo o problema de infraestrutura. Mas estou muito otimista porque as oportunidades aqui são muito grandes para os investidores”, acredita John Rodgerson.

James Scriven, CEO do BID INvest, afirma que apoia os programas de governo para infraestrutura e que isso ajuda os investidores a mitigar os riscos de entrar nestes projetos. “Já atuamos no segmento de energia e estamos buscando oportunidades em outros setores como água e saneamento básico”, complementou.

O BIF conta com mais de 2 mil participantes oriundos de 45 países e que atuam em 37 setores da economia. O perfil dos inscritos inclui autoridades governamentais, empresários, investidores brasileiros e estrangeiros, startups e executivos de alto escalão de grandes corporações.

Assista à íntegra do painel “Segurança Jurídica e Agenda Anticorrupção”

Maior evento voltado à atração de investimentos da América Latina reuniu representantes de 56 países em reuniões e debates ao longo de dois dias

Terminou nesta sexta-feira (11/10), o maior evento voltado à atração de investimentos na América Latina, o Brasil Investment Forum. Ao longo de dois dias, em São Paulo, o encontro reuniu quase três mil inscritos, entre representantes de alto nível de governo e de empresas brasileiras e multinacionais de 38 setores. Circularam pelo evento profissionais de 56 países, com destaque para executivos C Level da China, Estados Unidos, Itália, Espanha e França, além do Brasil.

O BIF ocorreu pelo terceiro ano consecutivo e foi organizado pelo governo brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Economia, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A abertura do evento foi feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo presidente do BID, Luís Alberto Moreno. Também participaram do evento o Ministro Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tereza Cristina Dias (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). O evento foi amplamente coberto pela imprensa nacional e internacional com a presença de 119 representantes da mídia.

“O BIF se consolidou neste ano como um evento de grande relevância para aproximação entre o setor privado e o governo. Houve uma ampla agenda de reuniões paralelas em que se discutiram parcerias e iniciativas para melhorar o ambiente de negócios brasileiros. O debate nos painéis também foi de alto nível e mostrou o que vem sendo feito e os desafios que ainda existem para o desenvolvimento da nossa economia”, afirma o presidente da Apex-Brasil Sergio Segovia.

Durante o BIF ocorreram dezenas de reuniões de representantes de onze ministérios e do BID com empresários, além de oito painéis e quatro sessões paralelas sobre temas como reforma no setor de energia, agenda de inserção internacional do Brasil, agronegócio, produtividade, futuro do trabalho, defesa, investimentos em infraestrutura, sistema financeiro, padrões internacionais de negócios, novas fronteiras tecnológicas, desestatização e simplificação tributária e o papel dos bancos multilaterais.

O evento também contou com espaço para atendimentos diretos ao investidor de 24 estados da federação e com a presença dos governadores Antônio Denarium, de Roraima, Marcos Rocha, de Rondônia e Mauro Mendes, do Mato Grosso e dos vice-governadores Carlos Brandão, do Maranhão, Lincoln Tejota, de Goiás e Paco Britto, do Distrito Federal.

Parcerias Apex-Brasil com ANEEL e PPI

O presidente da Apex-Brasil, Sergio Segovia, assinou, durante o evento, Acordos de Cooperação Técnica com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil.

O acordo com a ANEEL foi assinado pelo diretor-geral da Agência, André Pepitone e com a PPI foi assinado pela Secretária Especial do PPI, Martha Seillier. As parcerias preveem a dedicação de esforços mútuos para atrair capital estrangeiro para os setores de energia elétrica e de infraestrutura, por meio da realização de atividades relacionadas à inteligência, promoção e facilitação de investimentos. Investidores estrangeiros já presentes no país também serão apoiados por meio dos acordos.

Anúncio de Investimento

Durante o evento, a Boston Scientific Corporation (BSC), empresa norte-americana fabricante de equipamentos e dispositivos médicos, anunciou o investimento em uma nova fábrica no Brasil, em Contagem (MG). A Apex-Brasil fez o atendimento ao investidor, fornecendo informações e articulando a interação com agentes governamentais para os trâmites de abertura da fábrica. Durante o evento de anúncio, também foi assinado um Protocolo de Intenções com a Apex-Brasil, prevendo o suporte da Agência à empresa ao longo da operacionalização deste investimento e de iniciativas futuras.

A Boston Scientific Corporation fatura US$ 9,8 bilhões ao ano e investe quase US$ 1 bilhão ao ano em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A companhia desenvolve equipamentos e dispositivos médicos de alta tecnologia para diversos segmentos, contando com um portfólio com mais de 13 mil produtos nas áreas cardiovascular, neurológica, urológica, digestiva e respiratória. Conta com 32 mil colaboradores atuando em 130 países e atendendo a aproximadamente 30 milhões de pacientes ao ano no mundo todo.

Em Contagem, primeira fábrica global da Boston Scientific no hemisfério Sul, será produzido um sistema de válvula aórtica utilizado no tratamento de estenose aórtica, produto com alta tecnologia e valor agregado que utiliza o implante via cateter (sem necessidade de cirurgia de tórax aberto de alto risco associado). A expectativa é que 98% da produção seja exportada. A companhia também investiu numa outra unidade em Chapecó (SC). Os dois empreendimentos representam a geração de cerca de 600 postos de emprego.

Café da Manhã com o CEBRI

Em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Institucionais (CEBRI), a Apex-Brasil realizou na manhã do dia 11 um café da manhã para debater o engajamento da iniciativa privada e as políticas de Governo para o ingresso do Brasil na OCDE e os impactos que isso trará para a economia do País.

Estavam presentes representantes de 29 empresas, entre presidentes, diretores e relações institucionais e governamentais. Empresas como Siemens, Dow Chemical Company, IBM, Bayer e Exxon Mobil participaram do evento, aberto pelo Embaixador José Alfredo Graça Lima, Vice Presidente do CEBRI e o diretor de Negócios da Apex-Brasil, Augusto Pestana.

Mesa Redonda com o Atlantic Council

A Apex-Brasil realizou durante o BIF uma mesa redonda com integrantes do think tank americano Atlantic Council, ao qual a Apex-Brasil é afiliada. A mesa redonda reuniu membros do governo brasileiro, setor privado e sociedade civil para discussão e feedback sobre o primeiro rascunho do relatório US-Brazil 2.0: Enhancing the Bilateral Economic Relationship, estudo que será lançado em breve pelas duas instituições. O relatório será um aprofundamento do Spotlight Five Key Economic Avenues for Strengthening US-Brazil Trade and FDI, lançado em abril de 2019 que examinou as relações econômicas entre EUA-Brasil até aquele momento, os próximos passos lógicos e delineou cinco áreas de oportunidade principais para estudos adicionais, a fim de abordar as oportunidades de aproximação entre os dois países.

Acordo entre Ministério da Justiça, BNDES e BID

O Ministério da Justiça e Segurança Pública firmou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com o objetivo de impulsionar investimentos em segurança pública. O documento foi assinado no dia 10, pelo ministro Sergio Moro, pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e pelo presidente do BID, Luis Alberto Moreno durante o BIF 2019.

O acordo pretende estimular possíveis linhas de crédito para financiar programas e projetos, assim como fortalecer os mecanismos de planejamento, governança e gestão do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

Painel realizado no Brasil Investment Forum 2019 falou da necessidade de focar a atuação do estado em serviços essenciais para a sociedade

Um estado mais enxuto e eficiente, atuando em consonância com o setor privado para prover à sociedade melhores serviços essenciais. Esse é o caminho desejado pelo Governo Brasileiro, segundo os palestrantes de painel realizado na tarde desta sexta-feira (11/10) durante o Brasil Investment Forum (BIF), em São Paulo.

Com moderação de Cristina Palmaka, presidente da SAP, o debate teve a participação de Salim Mattar (Secretário Especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia), Felipe Salto (Diretor Executivo do IFI no Senado Brasileiro), Alexandre Meira Rosa (Vice-Presidente de Países do BID) e José Berenguer (CEO do JP Morgan).

Segundo Salim Mattar, as estatais são, por sua própria natureza, ineficientes. “Se você comparar o retorno do Banco do Brasil com seus pares privados, vai verificar que os rendimentos são muito piores”, afirmou. O Secretário reforçou que o Governo Brasileiro quer ampliar a competição no mercado. “Para isso, precisamos desestatizar, permitir que o mercado funcione mais livremente, sem a presença do estado. Desestatizar é tornar privado aquilo que era público. É o governo sair fora de todos os elementos da economia em que a iniciativa privada possa operar”, concluiu. Mattar apontou ainda os serviços em que considera essencial a atuação do Estado: educação, saúde, relações exteriores, infraestrutura e segurança.

Felipe Salto, Diretor Executivo do IFI no Senado Brasileiro, acredita que o caminho para cortar os gastos do Estado brasileiro também passa necessariamente por reforma administrativa e melhoria nos mecanismos de gestão. “Gasta-se muito no Brasil, mas a qualidade do serviço prestado ainda não chega ao nível desejado pela sociedade. Simplificar é o essencial”, disse.

Alexandre Rosa também criticou a ineficiência na locação entre o gasto corrente, despesas com salário e demais gastos com investimentos. “Nos momentos de expansão da economia, os gastos públicos aumentam. Quando vem a contração, só os gastos com investimento são reduzidos”. O Vice-Presidente de Países do BID também destacou que a eficiência do Estado passa pelo processo de desburocratização, planejamento, estruturação dos investimentos e desestatização mais confiante.

José Berenguer acredita que a recessão econômica de hoje é reflexo dos acontecimentos dos últimos 50 anos, onde quem acaba sofrendo são as camadas menos protegidas da população. “A escolha é muito mais prática. O fato de o governo estar ajustando as despesas faz com que a dívida seja menor. Haverá uma substituição da dívida pública por dívida privada, e isso vai ajudar no processo de financiamento dessas concessões”, complementa.

Boston Scientific, fabricante de equipamentos e dispositivos médicos, teve apoio da Apex-Brasil durante o processo de instalação da fábrica, que exportará 98% da sua produção

A Boston Scientific Corporation (BSC), empresa norte-americana fabricante de equipamentos e dispositivos médicos, anunciou hoje (11/10) durante o Brasil Investment Forum (BIF 2019) investimento de US$ 32 milhões em uma nova fábrica no Brasil, em Contagem (MG), que gerará cerca de 600 empregos (360 diretos e 240 indiretos).

O anúncio foi feito em colaboração com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) que fez o atendimento ao investidor, fornecendo informações e articulando a interação com agentes governamentais para os trâmites de abertura da fábrica.

Durante o evento de anúncio, também foi assinado um Protocolo de Intenções com a Apex-Brasil, prevendo o suporte da Agência à empresa ao longo da operacionalização deste investimento e de iniciativas futuras.

A Boston Scientific Corporation fatura US$ 9,8 bilhões ao ano e investe quase US$ 1 bilhão ao ano em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A companhia desenvolve equipamentos e dispositivos médicos de alta tecnologia para diversos segmentos, contando com um portfólio com mais de 13 mil produtos nas áreas cardiovascular, neurológica, urológica, digestiva e respiratória. Conta com 32 mil colaboradores atuando em 130 países e atendendo a aproximadamente 30 milhões de pacientes ao ano no mundo todo.

Em Contagem, primeira fábrica global da Boston Scientific no hemisfério Sul, será produzido um sistema de válvula aórtica utilizado no tratamento de estenose aórtica, produto com alta tecnologia e valor agregado que utiliza o implante via cateter (sem necessidade de cirurgia de tórax aberto de alto risco associado). A expectativa é que 98% da produção seja exportada. A companhia também investiu numa outra unidade em Chapecó (SC) e já emprega cerca de 600 pessoas no Brasil.

“O atendimento da Apex-Brasil a esta empresa terá resultados extremamente positivos para nossa balança comercial para a imagem do país como produtor e exportador de um produto de saúde inovador”, comenta Sergio Segovia, presidente da Apex-Brasil.

“Este momento representa um importante capítulo de nossa história ao concretizarmos um importante projeto de investimento direto no Brasil”, afirma Carla Nascimbeni, Diretora Financeira da Boston Scientific.

Sobre o Brasil Investment Forum

O maior evento voltado à atração de investimentos na América Latina será realizado nos dias 10 e 11 de outubro em São Paulo. Organizado pelo governo brasileiro – por meio da Apex-Brasil, do Ministério de Economia e do Ministério de Relações Exteriores –, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Fórum de Investimentos Brasil (em inglês: Brasil Investment Forum) destacará oportunidades de investimentos em setores estratégicos da economia brasileira, como infraestrutura, energia, agronegócios, tecnologia e inovação. Esta será uma oportunidade única para discutir as melhorias no ambiente de negócios no Brasil.

São esperados para o BIF cerca de 1.500 participantes entre executivos de grandes empresas, formadores de opinião, representantes de alto escalão do governo, investidores estrangeiros e empresários brasileiros. Para se ter uma ideia da relevância do evento, na edição 2018 estiveram presentes convidados estrangeiros de mais de 48 países. Noventa por cento do público presente era oriundo do setor privado.

O Fórum foi inaugurado pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Sr. Luis Alberto Moreno. Também participam como palestrantes os Ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça), Bento Costa L. Leite (Minas e Energia), Tereza Cristina Dias (Agricultura,Pecuária e Abastecimento), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

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